Eu sou a prenda gaúcha,
Raça de povo pampeano,
Cruza de sangue haragano
Com cavaleiro charrua.
Fui batizada chirua
Com terra, meu altar vivo,
Em meu tipoy primitivo,
Sob a luz do sol nascente,
Para ser a raça-semente
Do meu Rio Grande nativo
Andei sorvendo horizontes,
Nas conquistas de fronteiras,
Já fui chamada guerreira
Defendendo o meu recanto,
Trago comigo o encanto,
Marcando as Quatro Estações.
Nos fandangos dos rincões,
Sou flor, beleza, esperança,
Sou poesia e sou dança
Das mais lindas tradições.
Com meu vestido comprido
Trago uma flor no cabelo,
Que representa o sinuelo
Da flora nativa e bela,
A mais bonita aquarela,
Que a primavera, em candura,
Conserva em nossa cultura,
Num cantar original,
A beleza sem igual
Desta vivendo tão pura.
Tenho a energia do sol,
Nascendo a cada manhã...
Misto de flor e guardiã,
Dotes de prenda-rainha,
Na canção da Prenda Minha,
Nos versos do Boi Barroso,
Tenho folclore de um povo,
Essência da arte nativa,
Para ser flor sempre-viva
Do meu Rio Grande grandioso!
(Salvador Ferrando Lamberty)
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